Pastor Waldivino conta como foi a sua primeira viajem ao Reino de Lúcifer
Era uma sexta-feira de lua cheia na República do Congo. Os macumbeiros estavam eufóricos por todos os lados. Em cada esquina ouvia-se os batidos dos atabaques, dos reco-recos e das castanholas utilizadas pelos pais-de-santo. Nessa data Satanás visitaria aquele país, e eu não poderia ficar quieto. Precisava agir em Cristo para acabar com todos aqueles rituais e falar ao povo sobre a vida miserável no inferno, a qual eles estavam condenados. Foi o que eu fiz. Saí sozinho à noite, atrás dos sons dos tambores, e chutando os despachos que encontrava nas esquinas. Alta madrugada, eu cansado, com os pés doendo de tanto dar bicuda em galinha preta e repreender a macumbaria. Foi quando tive uma visão: um homem lindo de cabelos dourados como a luz do sol, com saia rendada, apareceu para mim:
- Quem é você? - Perguntei.
- Sou Jesus Cristo. - Ele respondeu.
Nessa hora eu desmaiei.
Acordei alguns minutos depois com aquele homem lindo, branco, cabelos lisos, nariz perfeito, de olhos azuis, me abanando. Olhei para ele e perguntei novamente:
- Jesus Cristo de Nazaré?
- Sim. Não reconhece a aparência de um típico judeu?
Desmaiei de novo. Então levei um tapa na cara de Jesus.
- Acorde! - Disse o Messias. - Temos muito trabalho a fazer. Irás comigo dez vezes visitar o Inferno, a partir de hoje. Depois retornarás aos pecadores com esta revelação. Sua missão é alertar todos os mundanos que, ao contrário de você, que vive uma vida ungida, irão sofrer eternamente.
Fiquei emocionado com tamanho elogio. Mas eu estava confuso. Como iria visitar um lugar tão quente sem me queimar? Como iríamos? Onde, afinal, ficava o inferno? Eram tantas as dúvidas...
- Estou com medo - disse.
- Não se preocupe. Eu irei atrás de você! - Assegurou Jesus.
- Então quando vamos?
- Agora mesmo. Segure forte as minhas mãos - Ordenou o Senhor.
Jesus me segurou por trás, pela cintura, bem forte. Eu relaxei, então ele ergueu o braço direito, fechou o punho, e começamos a voar para cima feito um foguete. Voamos bem alto. Lá de cima vimos o Planeta Terra pequenininho.
- Olhe para baixo - Pediu Jesus, apontando o Planeta Terra. - O que vês?
Nesse momento, em várias partes do mundo começaram a aparecer pequenos pontos vermelhos.
- São os portais do Inferno - Explicou Jesus - Por esses portais descem as almas daqueles que desobedeceram.
Havia portais em todas as partes do mundo. Um em cima da República do Congo, outro embaixo do sambódromo do Rio de Janeiro, e outros sob todos os templos da Maçonaria, das igrejas católicas, e também sob boates gays. Eram incontáveis portais, todos dando acesso ao Reino de Lúcifer. Então Jesus apontou um dos portais e começamos a descer, bem rápido. Deu um frio na barriga!
- Yuuuupiiiii!!! - Divertiu-se Jesus. E mergulhamos por um dos acessos.
O calor era infernal! O brilho do fogo era intenso, mais intenso que o sol, porém escuro. Os gritos das almas eram horríveis. Olhei para os lados, via todo aquele sofrimento, e a tranquilidade batia em meu coração, pois estava consciente de que nunca iria para aquele lugar.
- Aqui é muito quente. - Eu afirmei.
- Ué, não sabia disso? - Ironizou Cristo.
- Sim, mas eu não estava preparado. Esqueci algumas coisas. Preciso voltar para buscar!
- Mas precisa ser agora? - Questionou Jesus, já sem paciência.
- Sim. Não consigo ficar nem mais um segundo aqui.
Jesus compreendeu. Então retornamos do inferno para buscar as minhas coisas.
Essa foi a minha primeira viagem ao submundo de sofrimento dos ímpios. Não perca o próximo capítulo da blog-série "A Divina Revelação do Inferno, por Pastor Waldivino". Você vai saber o que eu voltei para buscar e como foi a minha segunda visita ao Covil de Belzebu.
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